A Ilha dos Piratas sem Dinheiro


Era uma vez uma ilha onde os piratas descansavam. Esta ilha era igual a muitas outras. Mas tinha um segredo, o segredo do ouro escondido.

No tempo em que alguns animais ainda falavam, havia um que dizia e falava sempre mais que os restantes. Era o papagaio.
E foi o papagaio Alenquer que durante os vários anos - e foram muitos - em que viveu, contava esta estória que chegou aos ouvidos do nosso Sebastião Poupa Tudo.
O Alenquer já não está neste mundo, voara para longe mas o relato ficou.

Segue o que diz o conto…

Era uma vez um galeão antigo que navegava nos mares entre o Brasil e Portugal para levar e trazer riquezas de um lado para o outro. Este navio seguia com o vento e conforme o peso que carregava podia chegar ao destino mais depressa ou mais devagar.

Numa dessas viagens, em que a embarcação seguia com muitas mercadorias, açúcar, animais, outros mantimentos, pimentas da Índia e outras especiarias levantou-se uma tempestade tão grande que engoliu o barco e todo seu recheio.
Algumas pessoas e o papagaio Alenquer salvaram-se mas, grande parte das mercadorias perderam-se no fundo do mar e as que se salvaram ficaram inutilizadas.

O objetivo era que cada uma daquelas mercadorias fosse trocada por outras diferentes. Chamava-se a isto troca direta. Um cavalo, por exemplo, podia ser trocado por várias qualidades de tecido.

 E depois do naufrágio?

Por causa daquele naufrágio, as pessoas que aguardavam as mercadorias em todas as terras onde elas seriam trocadas ficaram sem provisões para se alimentar e vestir

Além disso, provocou grandes zangas entre quem fazia estas trocas. É que os produtos que conseguiram chegar a terra chegavam estragados ou muito deteriorados e portanto passaram a valer coisa nenhuma.

Já ninguém trocava nada pelas mesmas quantidades. Ninguém queria as mercadorias que chegavam a terra porque não as podiam usar e as que restavam da anterior viagem eram muito poucas. Por isso quem as tinha exigia muito mais produtos para as trocar. Tinham-se tornado raras.
Toda a gente reclamava - mesmo que sem qualquer razão.

 

Tinha que se encontrar uma solução para conseguir unir as pessoas e fazer com que a discórdia deixasse de dificultar as trocas entre todos.
 

Vamos descobrir a solução?

A solução foi dada por um experiente navegador que conhecia o mundo como a palma da mão. Conhecia as rotas como ninguém e nem precisava de mapas. Este navegador conhecia um segredo que revelou no momento em que ouviu falar de toda aquela bulha por causa do naufrágio.

Falou então de uma ilha remota onde os piratas descansavam entre aventuras à procura de tesouros. Numa destas aventuras, os piratas descobriram um tesouro antigo com mais ouro e prata que alguma vez tinham visto e levaram-no para lá.
Se não tivesse acontecido o naufrágio, consta que todo o ouro e prata ali continuaria à espera que alguém os recuperasse da ilha. Em vez disso, o rei Tomásio I, que governava o reino do nosso experiente navegador mandou uma expedição para que os seus oficiais fossem buscar o tesouro.
 

Desde aquele dia, os piratas passaram a ser conhecidos pelos piratas da ilha sem ouro e sem dinheiro.

 

Mas o que aconteceu ao Ouro?

Tomásio I decidira que em vez de os navios levaram todas as mercadorias no mesmo barco, fosse antes criada uma maneira de as trocar sem necessidade fazer deslocar bens e mercadorias de um lado para o outro.

Pensou-se numa solução. Criar-se uma moeda de troca marcada ou cunhada com determinado valor. E era este o valor que passaria a ser trocado ou comerciado.

Em vez de se trocar arroz por sal, tecidos por bens alimentares ou especiarias, ou animais de trabalho por ferramentas para a lavoura, aquelas moedas passariam a representar determinado valor e os bens que antes eram trocados por outros bens passariam a ter um preço a pagar em moedas.

As pessoas podiam comprar o que quisessem, onde quisessem e quando quisessem sem zaragatas e sem discutir o valor de cada peça.

Assim surgiram as moedas e o dinheiro

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